segunda-feira, 9 de agosto de 2021

MPT processa empresa de Retirolândia por envolvimento com trabalho análogo à escravidão na cadeia do sisal

               Sede da Sisalândia fica na cidade de Retirolândia | Foto: Reprodução

 O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia ajuizou ação civil pública na Vara do Trabalho de Conceição do Coité, na região sisaleira do estado, pedindo a condenação da empresa Sisalândia Fios Naturais Ltda., sediada em Retirolândia, na mesma região, por comprar sisal de fornecedor envolvido com trabalho escravo.
O MPT informou que colheu provas de que a empresa adquire sisal de fornecedor flagrado por órgãos de fiscalização submetendo trabalhadores a condições de trabalho desumanas.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, a apuração do caso teve início após a realização de força-tarefa entre os dias 13 e 20 de outubro de 2020, na região nordeste da Bahia, nos municípios de Várzea Nova, Jacobina e Mulungu do Morro.
Durante a operação, conforme o MPT, a equipe de auditores-fiscais do trabalho resgatou 37 pessoas em situação análoga à de escravo. A força-tarefa percorreu a região para avaliar as condições de trabalho na cadeia do sisal para checar denúncias da prática ilegal.

        Homem trabalhando no campo de sisal | Foto: Divulgação/MPT

Só em Várzea Nova, 12 trabalhadores foram resgatados. Segundo o MPT, eles eram explorados pelo dono da Fazenda Ouro Verde, que vendia sua produção para a Sisalândia Fios Naturais.
O MPT quer que a sisaleira seja condenada a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$2 milhões, a serem revertidos para o Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), além de ser obrigada a adotar condutas que previnam o desrespeito a direitos humanos, principalmente quanto à erradicação do trabalho em condições análogas à escravidão.
Ainda de acordo com o MPT, a indústria de beneficiamento do sisal tem consciência das condições precárias e sub-humanas que são submetidas os trabalhadores. O procurador do trabalho Ilan Fonseca, autor da ação, considera que ao negociar a matéria-prima com baixa concorrência, as empresas alimentam essa cadeia produtiva.
O Notícias de Santaluz entrou em contato com a Sisalândia e aguardava posicionamento da empresa até a publicação desta matéria.


Fonte: Notícias de Santaluz 

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